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Gestão 4.0

Por Gleison Araújo

26/12/2023 às 13:51:29 - Atualizado há

Desde o início da Civilização, o homem convive com a necessidade de se organizar em sociedade. Realizada a tarefa organização coletiva ou comunitária, surge a percepção da falta de uma organização onde seu grupo pudesse desenvolver tarefas básicas para o bem-estar coletivo.

A partir dessa percepção, mesmo dentro de um espaço de longa duração, o homem passa a criar ferramentas para preparação de pessoas que venham realizar tarefas dentro de seu grupo social, de forma estruturada e eficaz. Surge daí uma figura de fundamental importância para o fazer social: O chefe, (chefe aldeão, chefe de família, chefe da fábrica, chefe das corporações, etc.) que tinha o papel de coordenar as atividades e devolver resultados a qualquer custo. Ainda que fosse sob a operação da força bruta.

Com o passar do tempo, novos olhares foram sendo construídos sobre essa figura e seus subordinados. Novos métodos também foram inseridos e aprimorados nesse processo, ocasionando uma significativa mudança na figura do chefe, fazendo surgir uma nova figura gestora: O líder.

Um dos papéis fundamentais dessa nova figura (o líder) é a capacidade natural de inspirar pessoas e extrair delas o seu melhor de forma humanizada e motivada. Em seu livro Revolução dos Campões, Roberto Shinyashiki cita um texto de Osho, que classifica um líder como um mestre:

"Um mestre funciona como um agente catalizador cuja simples presença estimula o aprendiz. É como o sol, que ao nascer pela manhã, imediatamente estimula os pássaros a cantar. Eles surgem voando de todos os lados celebrando e dando boas-vindas ao novo dia, por meio de canções. O sol não age diretamente sobre eles, mas algo acontece; o ambiente que se cria faz com que os pássaros se sintam vigorosos, jovens e vivos. As flores começam a desabrochar; mas o sol não está se dirigindo a cada flor forçando-a a se abrir; pelo menos não de maneira direta. Entretanto, seus raios dançam ao redor dela, dando-lhe calor e encorajando-a delicadamente. As flores têm de ser tocadas de uma forma suave; se você forçar suas pétalas a se abrirem, elas não resistirão. Você até conseguirá fazer com que se abram, mas ao mesmo tempo elas morrerão. O sol simplesmente cria o clima no qual elas podem desabrochar. Um desejo interior surge dentro delas, algum instinto misterioso entra em sintonia com o calor do sol e as flores se abrem e começam a exalar sua fragrância. Exatamente como o trabalho do líder".[1]

Na atualidade, de posse desse novo papel, o líder tem por objetivo promover o desenvolvimento de equipes para a execução de tarefas complexas, impostas pelas exigências do mercado moderno. Para tanto, tem se debruçado sobre profundas leituras e busca de conhecimento que proporcione a execução de seu papel de forma consistente. Do contrário, suas metas certamente não serão alcançadas dentro das projeções elaboradas. Sem falar que esse líder vive em um invólucro de desafios crescentes dia após dia.

O escritor Kevin Sheridan vem enfatizar a necessidade de aprimoramento do líder dentro de uma visão pós-moderna que ele denominou de Cultura Magnética[2]. Ele reforça que os verdadeiros líderes que a história consagrou, sempre abdicaram de seus próprios interesses, colocando como plano primário, os interesses de seus liderados e demais pessoas envolvidas no processo de construção da gestão. Foi isso que ele chamou de engajamento e que figuras consagradas como Mahatma Ghandhi, Nelson Mandela, Madre Tereza de Calcutá e Lech Walesa, são mencionados como exemplos.

Portanto, se faz necessário a cada líder ter como base primordial de seu papel social a máxima de que na arte ou na ciência de gestão o interesse do seu grupo ou do se liderado deve estar no topo das prioridades. Só assim haverá certeza de sucesso em seus empreendimentos.



[1] Osho, em Zen. The Special Transmission. Citado em: SHINYASHIKI, Roberto T. A revolução dos Campeões. São Paulo. Editora Gente, 1995.

[2] SHERIDAN, Kevin. Construindo uma cultura magnética: como atrair e manter profissionais talentosos para criar uma força de trabalho engajada e produtiva. São Paulo. DVS Editora, 2013;


Gleison Araújo é pós-graduado em Gestão Pública

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