Os deputados do Parlamento Europeu reelegeram nesta quinta-feira (18/7) a ex-ministra da Defesa da Alemanha Ursula von der Leyen para presidir a Comissão Europeia por mais cinco anos. Ela obteve 401 votos favoráveis e 284 contra. Houve ainda 15 abstenções e sete votos nulos.
Desde 2019, Ursula está à frente da Comissão, que funciona como braço executivo da União Europeia. Ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo e seguirá na função.
A vitória de Von der Leyen já era considerada uma certeza nos bastidores. Nos últimos anos, a alemã se mostrou ativa e protagonizou a resolução de uma série de crises. Depois da pandemia, por exemplo, foi ela quem liderou a criação de um plano de recuperação europeu, financiado por dívida conjunta.
Hoje, Ursula promete iniciativas para fomentar a economia verde e pretende se tornar uma figura de estabilidade em questões internacionais, como as disputas comerciais com a China, as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, e a possível volta de Donald Trump à Casa Branca.
Discurso de vitória
Em seu discurso, após o resultado da reeleição, Ursula falou em três idiomas: alemão, francês e inglês. Ela expôs que a prioridade é aumentar a concorrência e o fortalecimento dos investimentos na indústria e na defesa da Europa.
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Para ela, o importante é garantir uma “Europa forte”, capaz de sobreviver a “demagogos e extremistas que destroem o nosso modo de vida europeu”. A presidente da Comissão enfatizou, também, que pretende seguir com o projeto de descarbonizar a indústria e o transporte no continente. A meta, segundo ela, é reduzir, até 2040, 90% das emissões.
Von der Leyen apontou, ainda, que continuará defendendo o uso de combustíveis sintéticos após 2035 e, ao mesmo tempo, mencionou pautas estratégicas, como o interesse dos agricultores, para agradar a ala de deputados mais conservadores.
Mais poderosa do planeta
Desde que assumiu o comando da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen tem sido apontada pela revista Forbes como a mulher mais poderosa do planeta. Von der Leyen, que nasceu e cresceu em Bruxelas apesar de ser alemã, começou sua carreira como médica e só entrou na política aos 40 anos de idade.
Aliada próxima da ex-chanceler alemã, Angela Merkel, von der Leyen tornou-se a primeira mulher no cargo de ministra da Defesa da Alemanha. Mãe de sete filhos, ela se destacou como presidente da Comissão Europeia pelo seu apoio decisivo à Ucrânia e pela liderança durante a pandemia de Covid-19 na Europa.
Em 2019, ao ser eleita para o primeiro mandato frente ao executivo europeu, enfrentou uma votação apertada, e ganhou por apenas nove votos. Desta vez, para garantir um segundo mandato, ela teria de obter, pelo menos, 361 votos dos 720 eurodeputados.
*Com apuração do RFi, parceiro do Metrópoles.
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