Empresas que transportam passageiros e mantimentos do município de Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Acre, para os municípios isolados de Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, além de Ipixuna (AM), suspenderam as operações devido ao baixo volume de água do Rio Juruá. A seca também causa impactos no escoamento da produção das comunidades ribeirinhas do interior.
O transporte é feito por barqueiros independentes e pequenas empresas, e não é possível dizer com segurança quantos enfrentam o problema, mas quando a navegação é possível, uma média de cinco barqueiros se revezam no porto da cidade toda semana.
O baixo nível de água do Rio Juruá já está dificultando a navegação das embarcações maiores que abastecem os municípios mais isolados da região. A seca que se agrava nesse período também levou as empresas que ainda estavam operando no transporte de passageiros para os municípios que não são ligados por estrada a suspenderem as atividades.
O representante de uma das empresas de transporte fluvial, Jair Lopes, conta que há embarcações que estavam tentando manter as atividades mesmo com o baixo nível do rio, porém foi necessário suspender.
A medição do manancial nesta sexta-feira (30) ficou estabelecida em 4,62 metros, segundo o relatório hidrometeorológico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
"Há lanchas que carregavam 30 passageiros e, para ajudar o pessoal a manter a viagem, foi diminuído para 10 passageiros e não estava levando bagagem, mas mesmo assim não dava para viajar. A questão do rio seco não vai permitir viajar, mas para ir a Ipixuna (AM), é só quando der água", disse.
Além das dificuldades para navegar, as empresas também afirmam que as despesas aumentaram e as operações e as condições atuais do Rio Juruá oferecem riscos aos passageiros. "Tanto demora mais a viagem, como gasta o combustível, como gasta o motor, quebra a rabeta, a paleta, tudo acaba. Tem bastante gente procurando a viagem, mas não tem como viajar", afirma Alemão.