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Em meio a confrontos e mortes, Maduro aumenta repressão na Venezuela

A tensão popular que tomou conta da Venezuela, após a proclamação da suposta vitória de Nicolás Maduro nas eleições de domingo (28/7), já gerou centenas de prisões, mortes e confrontos em diferentes regiões do país.

Por Redação

31/07/2024 às 02:48:29 - Atualizado há

A tensão popular que tomou conta da Venezuela, após a proclamação da suposta vitória de Nicolás Maduro nas eleições de domingo (28/7), já gerou centenas de prisões, mortes e confrontos em diferentes regiões do país. Diante do quadro, Maduro anunciou que as Forças Armadas estarão nas ruas a partir desta quarta-feira (31/7).

Apesar das pressões, não só internas, mas também externas, com vários países exigindo a divulgação das atas de votação, Maduro voltou a falar nessa terça-feira (30/7), dando a entender que fará de tudo para conter os movimentos de oposição e os protestos que se espalham pelo país.

Em conformidade com esse posicionamento, o ministro da Defesa, Vladmir Padrino López, também fez questão de rechaçar as manifestações, definindo-as como “tentativas de golpe de estado” e “atos terroristas” que atendem a "interesses do imperialismo norte-americano". “Trata-se do fascismo em sua máxima expressão”, disse o militar.

O ministro fez discurso ao lado de comandantes das Forças Armadas Bolivarianas, no qual expressou apoio incondicional a Maduro. A imagem dele, amparado pelos figurões do exército venezuelano, passou uma mensagem clara: todos juntos pelo chavismo e contra as manifestações.

11 imagensProtestos tomam conta da Venezuela, após resultado de suposta reeleição de Nicolás MaduroProtestos tomam conta da Venezuela, após resultado de suposta reeleição de Nicolás MaduroAto de oposição a Nicolás Maduro, em Caracas, nesta terça-feira (30/7)Ato de oposição a Nicolás Maduro, em Caracas, nesta terça-feira (30/7)Ato de oposição a Nicolás Maduro, em Caracas, nesta terça-feira (30/7)1 de 11

Protestos tomam conta da Venezuela, após resultado de suposta reeleição de Nicolás Maduro

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Protestos tomam conta da Venezuela, após resultado de suposta reeleição de Nicolás Maduro

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Protestos tomam conta da Venezuela, após resultado de suposta reeleição de Nicolás Maduro

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Ato de oposição a Nicolás Maduro, em Caracas, nesta terça-feira (30/7)

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Ato de oposição a Nicolás Maduro, em Caracas, nesta terça-feira (30/7)

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Ato de oposição a Nicolás Maduro, em Caracas, nesta terça-feira (30/7)

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Nicolás Maduro é herdeiro político de Hugo Chávez

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Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato presidencial em uma eleição marcada por polêmicas

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Líder da oposição, ex-deputado Freddy Superlano, foi capturado por homens de preto nessa terça-feira (30/7)

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Líder da oposição, ex-deputado Freddy Superlano, foi capturado por homens de preto nessa terça-feira (30/7)

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Até essa terça-feira, pelo menos 749 pessoas já tinham sido presas, segundo o procurador-geral do país, Tarek William Saab. Além disso, 11 mortes foram contabilizadas, de acordo com a ONG Foro Penal, que registra os casos de violência nas manifestações.

Entre os detidos, está o líder opositor Freddy Superlano, integrante do partido Voluntad Popular. A captura do político ocorreu à luz do dia e foi registrada em imagens. Entre os mortos, constam dois adolescentes, de 15 e 16 anos.

Temor

A situação repete o que já ocorreu em anos anteriores. Em 2017, um ano antes da última eleição presidencial, o país viveu por mais de 30 dias uma onda de protestos contra a continuidade de Maduro no poder. Ao todo, mais de 717 pessoas foram detidas e 35 morreram.

A eleição de 2018 teve a maior abstenção registrada na Venezuela em duas décadas. O pleito foi marcado por denúncias de fraude e irregularidade, assim como ocorre desta vez. O temor agora é pela repetição da repressão contínua e sistemática, com mais mortes e registros de confronto.

A escalada de violência gera preocupação. O diretor da ONG Foro Penal, Alfredo Romero, mencionou nessa terça, ao divulgar a atualização do número de mortes, a presença e uso de armas de fogo nas manifestações.

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A secretária de imprensa da Casa Branca, Karien Jean-Pierre, também condenou o uso de violência na contenção dos protestos. “Qualquer repressão política ou violência contra manifestantes ou opositores é obviamente inaceitável”, disse ela.

Maduro fala em batalha e expulsão de demônios

Em discurso durante reunião do Conselho de Estado nessa terça, Maduro acirrou a fala. “Essa gente pretende governar o país com a delinquência, a criminalidade, a violência, a extorsão, a perseguição e a morte”, disse ele após responsabilizar a oposição pela violência dos protestos.

O presidente fez, ainda, uma analogia com o filme “O Exorcista”, ao dizer que os manifestantes foram induzidos e contaminados pela ideologia de um suposto demônio: “o imperialismo dos EUA, o narcotráfico da Colômbia e a direita extremista de todo o mundo”.

“Nos cabe controlar essa agitação e esses ataques. (…) Esses são os últimos possuídos pelo diabo, pelo demônio em retirada. A batalha de 28 de julho [eleições] foi a batalha definitiva contra o fascismo, contra o ódio, contra a intolerância e contra aqueles que querem me impor uma guerra civil na Venezuela”, complementou.

Fonte: Metrópoles
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