Criado em junho de 2023, pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, é a nova política de alfabetização brasileira que vai subsidiar ações concretas dos estados, municípios e Distrito Federal para a promoção da alfabetização de todas as crianças do país.
Como parte dessa iniciativa foi realizado nesta terça-feira (14) o primeiro Seminário Regional da Construção da Política Territorial de Alfabetização do Acre, com a regional do Baixo Acre. Essa é a primeira etapa de uma série que serão realizadas nas regionais do estado.
O articulador estadual do Compromisso Nacional de Crianças Alfabetizadas, professor Márcio Araújo, explicou o objetivo do encontro.
"O que nós estamos fazendo aqui é discutir uma política territorial de alfabetização e a partir dessas discussões, teremos uma política territorial em todos os municípios do Estado. Achamos fundamental fazer essa discussão com gestores, professores e coordenadores. Após essa discussão, a gente formaliza a nossa política territorial de alfabetização do Acre, que se chama Alfabetizar Acre."
O objetivo do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada é garantir que 100% das crianças brasileiras estejam educadas ao fim do 2º ano do ensino fundamental, conforme previsto na meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE); além de garantir a recomposição das aprendizagens, com foco na alfabetização, de 100% das crianças matriculadas no 3º, 4º e 5º anos, tendo em vista o impacto da pandemia para esse público.
Durante a abertura do evento, o prefeito de Rio Branco, que também é professor, assistiu a uma apresentação teatral intitulada "O mundo sem os livros", realizada por um grupo de crianças, que enfatizava a importância da leitura. Ao final, ele pontuou a importância de uma boa alfabetização, refletindo de forma positiva em toda a vida educacional da criança.
"Nós sabemos o quanto é importante uma criança ser bem alfabetizada. Ela tem que saber de verdade ler, escrever e interpretar ou então está prejudicada nos estudos dela durante o resto da etapa da vida educacional. Eu tenho certeza absoluta que esse encontro aqui é fundamental para que a gente crie todas as condições para que melhore a nossa alfabetização. A prefeitura já vem fazendo isso com o Mente Inovadora, um programa israelense pedagógico, em que a gente vai despertar nas crianças a vontade de aprender matemática e também de aprender português, ou seja, alfabetizar de verdade."
Nabiha Bestene, secretária municipal de Educação, reafirmou que a alfabetização tem que ser bem feita, pois é a base educacional para que a criança tenha uma educação de qualidade durante toda a sua vida escolar.
"Como disse o nosso prefeito, tem que ser na base para que posteriormente ela se desenvolva melhor. Esse encontro aqui é uma política nacional porque se constata que no Brasil, pós-pandemia, tem muitas crianças que até o final do segundo ano não estão alfabetizadas. Isso é para, justamente, elas serem alfabetizadas. A pandemia trouxe muitos prejuízos, não só para a saúde, mas para a educação."
Convidada para participar do Seminário, a professora de alfabetização da rede particular de ensino, Ana Soares, também destacou a importância do encontro como forma de atualização e capacitação dos educadores.
"Todos os anos nós temos novos desafios e precisamos estar cada vez mais capacitados. A gente agradece muito esse evento, porque isso é muito amplo. Não está somente nas escolas públicas, mas nas escolas privadas também. A gente vai sair daqui com ainda mais potencial. E é daqui que nós vamos conseguir montar e fazer com que o futuro dessas crianças seja ainda melhor."
A nova política é baseada em cinco eixos: Gestão e Governança, Formação de Profissionais de Educação, Infraestrutura Física e Pedagógica, Reconhecimento de Boas Práticas e Sistemas de Avaliação. O MEC, como idealizador da política nacional, oferecerá apoio técnico e financeiro às redes de ensino, que também terão papéis e responsabilidades.