Educação Decidido

Em assembleia, professores da Universidade Federal do Acre decidem aderir greve

Docentes aprovaram a deliberação nesta segunda (29). Servidores técnico-administrativos da Ufac estão em greve desde 11 de março e do Ifac desde o último dia 5.

Por G1 Acre

29/04/2024 às 20:30:08 - Atualizado há

Docentes da Universidade Federal do Acre (Ufac) aprovaram, nesta segunda-feira (29), a deliberação em favor do movimento nacional e devem entrar em greve por tempo indeterminado na próxima quinta (2). A categoria reivindica reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária e revogação de normas aprovadas nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

A deliberação foi divulgada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE/Ufac) após assembleia geral da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac). Os professores decidiram pela paralisação com 149 favoráveis, 11 contra e três abstenções.

No estado, os servidores técnico-administrativos da Ufac estão em greve desde 11 de março. Os servidores administrativos do Instituto Federal do Acre (Ifac) também aderiram à paralisação no dia 5 de abril.

Ao menos, 52 universidades e 79 institutos federais no Brasil estão em greve, de acordo com um levantamento realizado pelo g1.

Além das pautas nacionais, os professores do estado acreana defendem o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) e a abertura das bolsas de assistência estudantil.

Ainda segundo a Adufac:

  • O governo federal negou reajuste para 2024 e ofereceu 4,5% para 2025 e o mesmo percentual para 2026;
  • Os professores tentaram negociar um reajuste de 22,71% ao longo de três anos;

A proposta da categoria é que esse reajuste reivindicado seja dividido em três parcelas iguais de 7,06%, com pagamento a partir de maio de 2024.

São destacados ainda outros seis motivos para a greve:

  • A não revogação das medidas que atacam servidores e serviços públicos. A PEC 32, repudiada publicamente, não foi retirada de tramitação do Congresso Nacional
  • Orçamento insuficiente para a educação federal - universidade receberam valores inferiores ao necessário para manter o patamar de despesas por matrículas (2010-2022)
  • Sem avanço na reestruturação na carreira - negociações iniciaram há cinco cinco meses e nada foi apresentado pelo governo Lula sobre a carreira docente
  • MEC se recusou a negociar as pautas específicas
  • Equiparação dos benefícios com os demais poderes - auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil, auxílio-saúde de R$ 144 para 215 por beneficiário e auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90
  • Morosidade nas negociações

Acordo

No último dia 16, os servidores técnicos-administrativos da Ufac aceitaram a proposta do governo federal sobre os reajustes de auxílio alimentação, creche e saúde. contudo, a greve continou no estado acreano.

O texto que o governo colocou na mesa concedeu o reajuste já a partir de maio deste ano:

  • o auxílio alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (alta de 51,9%);
  • a assistência à saúde complementar per capita média (auxílio saúde) de R$ 144,38 para cerca de R$ 215;
  • a assistência pré-escolar (auxílio creche) de R$ 321 para R$ 484,90

A assembleia de greve para discutir as pautas do movimento ocorreu no anfiteatro Garibaldi Brasil, em Rio Branco. O movimento é organizado pelo Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação de Terceiro Grau do Acre (Sintest/AC).

Já no último 20, os servidores participaram de uma reunião com o governo federal para debater sobre a proposta do reajuste salarial e reestruturação da carreira. Contudo, não houve avança e os servidores decidiram manter a paralisação.

Os técnicos-administrativos reivindicam as seguintes melhorias:

  • Recomposição salarial;
  • Restruturação do Plano de Cargas, Carreira e Remuneração (PCCR);
  • Recomposição do orçamento das universidades, que há bastante tempo vem sofrendo cortes e restrições;
  • Revogação de atos administrativos que foram criados no governo Bolsonaro e que precarizam o trabalho;
  • Contra reforma administrativa.

Já os servidores do estado acreano colocaram em pautas algumas necessidades locais, como:

  • Recomposição no quadro de servidores;
  • Construção do Hospital Universitário da Ufac;
  • Criação de uma moradia estudantil para alunos de cidades do interior;
  • Debate de política de combate ao assédio moral dentro da universidade.

Matrícula suspensas

Por conta da paralisação, as matrículas na Ufac estão suspensas e pode prejudicar o início do ano acadêmico, previsto para iniciar na segunda (23). À Rede Amazônica Acre, a pró-reitora de graduação, Ednaceli Damasceno, disse que já foi feita chamada regular, que é a primeira, contudo, nem metade das vagas foram preenchidas pelos alunos do primeiro período dos cursos.

Das 2,3 mil vagas, pouco mais de mil foram ocupadas.

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