Na madrugada da última segunda-feira, 22, uma tragédia abalou o Presídio Manoel Néri da Silva em Cruzeiro do Sul. Cristiano Dias da Silva, detento de 46 anos, foi encontrado sem vida em sua cela. Inicialmente, a direção do presídio suspeitava de um possível infarto do miocárdio, mas quatro dias depois, o atestado de óbito revelou que a causa principal foi uma broncoaspiração por alimento, indicando que ele morreu ao se engasgar com comida.
Cristiano, que sofria de epilepsia, havia sido encaminhado ao hospital na última sexta-feira, 26, após ingerir doses excessivas de um medicamento. Sua irmã, Graciete da Silva Nascimento, afirma que a família já está tomando medidas legais para esclarecer a situação, alegando a negligência do local. "Queremos justiça. 15 dias atrás, um detento morreu de dengue, segunda-feira foi meu irmão e daqui a pouco pode ser outro preso. Precisamos de respostas", desabafa a irmã.
Graciete destaca que seu irmão tinha o direito de ter um cuidador na cela, o que não estava sendo providenciado. Ela ressalta a delicada situação de Cristiano, pois em casa a família sempre o acompanhava durante as refeições. "Não sabemos o que aconteceu e por que o deixaram sozinho. Agora, vamos entrar com uma ação contra o estado", declara.
A família já havia tentado, por diversas vezes, a soltura de Cristiano, argumentando que sua condição de saúde mental exigia acompanhamento especializado. "O advogado fez dois pedidos de soltura, o primeiro foi negado, o segundo foi absolvido pelo juiz, mas o Ministério Público afirmou que Cristiano representava alta periculosidade. Quem realmente conhece Cristiano sabe que ele não representava ameaça. Sabíamos lidar com a situação dele", assegura a irmã.
A ação judicial movida pela família tem como objetivo evitar que tragédias como essa se repitam e cobrar do estado a contratação de profissionais capacitados para lidar com situações específicas.