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Levantamento

Brasil é o campeão mundial em incidência de raios

A cada 50 mortes por raios no mundo, uma ocorre em solo brasileiro. Mais de 78 milhões de descargas elétricas atingem o Brasil por ano. Veja como se proteger desse fenômeno que pode ser fatal


Imagem de capa - Brasil é o campeão mundial em incidência de raios

O Brasil é o campeão mundial em incidência de raios elétricos. Anualmente, mais de 78 milhões de descargas atmosféricas atingem o solo brasileiro. A morte do guia turístico Leilson Souza, de 36 anos, ocorrida no mês passado, depois que foi atingido por um raio durante um passeio na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, e a de um jogador de 21 anos, em uma partida de futebol amador em Santo Antônio da Platina, no Paraná, no último dia 10, alertaram a população para o perigo das descargas. Elas matam, em média, 110 pessoas por ano no Brasil e colocam o País em segundo lugar na América Latina, com o maior registro de vítimas fatais, atrás apenas do México. A cada 50 mortes, uma é no Brasil. No ranking mundial, o País ocupa o sétimo lugar.

Segundo dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe) e do Departamento de Informações e Análise Epidemiológica do Ministério da Saúde, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 43% das mortes registradas entre 2000 e 2019 ocorreram no verão e 33% na primavera. São estações em que as altas temperaturas e a umidade favorecem a formação de raios e tempestades.

Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat/Inpe, explica que o raio elétrico é toda descarga elétrica emitida por uma nuvem e que toca o solo. "A alta descarga pode ser fatal. A intensidade média de um raio é de 20 mil ampères, equivalente a mil vezes a intensidade da corrente de um chuveiro elétrico. A voltagem pode chegar a 100 milhões de volts. Comparando com uma tomada caseira, ela é praticamente 1 milhão de vezes maior. Ela dura cerca de meio segundo e sua trajetória varia de 5 km a 10 km", esclarece.

Esses fenômenos são consequência do rápido movimento de elétrons dentro das nuvens de um lugar para outro, o que faz o ar ao seu redor se iluminar, resultando em um clarão e um aquecimento que geram um som: o trovão. No Brasil, entre 2013 e 2022, 835 pessoas morreram depois que foram atingidas por um raio. Nos últimos dez anos, 266 pessoas foram hospitalizadas após serem atingidas, o que equivale, aproximadamente, a 32% do número total de mortes causadas pelas descargas elétricas (veja na página ao lado como se prevenir).

O Estado de São Paulo é o primeiro no ranking, com 48 pessoas hospitalizadas, e Tocantins registrou o menor número de hospitalizações no período, com sete casos. Os Estados do Pará e do Amazonas lideram o ranking de mortes de pessoas por raios. Na última década, o Pará registrou 88 mortes, com uma taxa média de 1,16 morte por ano por milhão de habitantes. Já o Amazonas teve a maior taxa (2,23 mortes) entre os Estados brasileiros, com 78 óbitos.

Embora se discuta se a posição geográfica do Brasil é uma das causas para a incidência de raios, o coordenador do Elat/Inpe diz que o aumento do fenômeno está ligado ao aquecimento do planeta. "Seus efeitos ainda são difíceis de serem observados. Além disso, há o aumento da poluição e a urbanização nas grandes cidades. Elas causam um aumento acentuado de temperatura (ilhas de calor). A incidência de raios em solo brasileiro deve aumentar em torno de 40% até o fim deste século", conclui.


Folha Universal

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