Rio Branco deve construir mais 4 restaurantes populares em combate à fome

Rio Branco é um dos 60 municípios com mais de 300 mil habitantes que foi selecionado para participar da oficina presencial do programa 'Estratégia Alimenta Cidades'. Durante segunda (14) e terça-feira (15), no auditório da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra), prefeitura e governo federal definem as prioridades para implementar políticas públicas de segurança alimentar e nutricional à população urbana.

Conduzido pelos ministérios do Desenvolvimento Social (MDS), de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e das Cidades (MCID) desde 2023, o programa prioriza as populações mais vulneráveis que vivem nas periferias das grandes cidades. Além de atividades de suporte institucional e técnico, a iniciativa é desenvolvida para estruturar, implementar, monitorar e avaliar ações de combate à fome que reduzam as desigualdades sociais e fortaleçam a produção, o acesso e o consumo de alimentos saudáveis.

Dados do Censo do IBGE 2022 apontam que 87% da população brasileira vive em áreas urbanas, com os maiores percentuais registrados nas regiões Sudeste (94,44%) e Centro-Oeste (91,35%), seguidos do Sul (88,24%), Norte (78,47%) e Nordeste (77,64%). Em nível global, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que 80% de todos os alimentos produzidos são consumidos nas cidades

"É também nos centros urbanos que temos os maiores índices de fome. Quando a gente fala de segurança alimentar, é uma agenda transversal. Então, a gente tem que citar saúde, educação, assistência social, meio ambiente, agricultura etc. Essas ações integradas são importantíssimas para fortalecer a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) no município", explica a representante do MDS, Lorrana Grimes.

Segurança alimentar em Rio Branco

O prefeito reafirma o compromisso da administração em combater a fome e melhorar a oferta de alimentos. "Sabemos que temos muitas crianças desnutridas aqui na nossa capital. Muitas famílias estão no Bolsa Família, e por quê? Porque o dinheiro é pequeno. Se o dinheiro é pequeno, sempre vai faltar alimento, sempre falta aquela condição mínima para que as pessoas possam desenvolver o seu trabalho. Temos um compromisso com a alimentação das pessoas mais humildes, mais pobres", reforça Tião Bocalom.

Hoje, Rio Branco mobiliza diversas secretarias para atender à população em situação de vulnerabilidade social. Conheça algumas dessas iniciativas:

Programa de Reforço Alimentar na Escola | Também conhecido como "Café da Manhã Saudável", oferece uma refeição equilibrada logo no início do dia para os estudantes da rede municipal de ensino. Como resultado, as crianças iniciam as atividades bem nutridas para melhorar o rendimento em sala de aula e contribuir para a boa manutenção da saúde.

Banco de Alimentos | Recebe, organiza e distribui alimentos para a população em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa evita o desperdício ao reaproveitar produtos que chegam por meio de doações e convênios, garantindo que alimentos de qualidade cheguem a quem precisa.

Centro POP | Funciona como um espaço de atendimento socioassistencial, reunindo serviços que orientam, acompanham e oferecem apoio às pessoas em risco social. Dessa forma, a prefeitura articula ações que incluem a distribuição complementar de alimentos e a oferta de serviços de apoio para fortalecer a rede de proteção social no município.

Programa de Aquisição de Alimentos | O PAA permite a compra de alimentos diretamente dos pequenos produtores da agricultura familiar. A partir disso, o município abastece cozinhas solidárias, o Banco de Alimentos e outras ações sociais. A iniciativa gera renda para os agricultores e garante que alimentos frescos e nutritivos sejam destinados à população que enfrenta dificuldades.

Programa Alimenta Brasil | Rio Branco recebe alimentos da agricultura familiar e, em seguida, repassa à rede socioassistencial. Assim, produtos frescos do PAB, como hortaliças, frutas, legumes e verduras, chegam às pessoas em condição de vulnerabilidade para promover a segurança alimentar.

Restaurante Popular | Oferece cerca de 700 refeições diárias a pessoas em situação de vulnerabilidade. Elaborado por nutricionistas, o cardápio conta com uma dieta balanceada, que inclui o tradicional arroz com feijão e uma proteína que pode variar entre carne, frango ou peixe, além de opções como macarrão, salada com legumes e verduras e a farofa típica. Uma parte das refeições preparadas é embalada e enviada ao Centro POP, ampliando o alcance do benefício para pessoas em situação de rua.

Ainda sobre o Restaurante Popular, o município planeja a expansão com quatro novas unidades que devem ser construídas nas regionais do Calafate, da Cidade Nova, do São Francisco e do Tancredo Neves. De acordo com o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), o processo de licitação está na fase final de execução.

"A gente precisa de apoio, porque toda a despesa do Restaurante Popular é custeada com recursos próprios. Nós queremos dizer aqui, ao governo federal, que nós precisamos de financiamento. Nós já montamos um conselho e, em breve, teremos um Plano Municipal de Segurança Alimentar para dizer claramente ao governo federal as nossas necessidades", explica João Marcos Luz.