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Governo Lula prepara reação a tarifaço de Trump. Veja opções na mesa

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com firmeza à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 10% sobre todas as exportações brasileiras para o mercado norte-americano.

Por Redação

03/04/2025 às 02:13:04 - Atualizado há

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com firmeza à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 10% sobre todas as exportações brasileiras para o mercado norte-americano. Embora o Brasil tenha sido menos impactado em comparação a outros países, recebendo a menor alíquota do chamado “tarifaço”, a resposta do governo Lula foi dura.


Tarifaço

  • Donald Trump anunciou nessa terça-feira (2/4) um pacote de tarifas sobre produtos importados, chamado de "tarifaço global".
  • O Brasil foi afetado com uma tarifa linear de 10%, a mais baixa.
  • A medida faz parte da promessa de campanha de Trump e é chamada de "Dia da Libertação", com o objetivo de reduzir a dependência de importações.
  • Os EUA aplicarão taxas equivalentes às que enfrentam em outros mercados, segundo o governo do país.

Em nota oficial conjunta, os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e das Relações Exteriores classificaram a medida como uma violação dos compromissos assumidos pelos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) e alertou para os impactos negativos sobre os exportadores brasileiros.

O comunicado afirma que a decisão americana é um ataque direto ao comércio bilateral e que todas as medidas necessárias serão adotadas para proteger a economia nacional. O texto ressalta que os Estados Unidos mantêm há mais de uma década um superávit comercial expressivo com o Brasil e questiona a justificativa de busca por “reciprocidade comercial”.

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As pastas garantiram que o Brasil não aceitará passivamente a imposição das tarifas e que avalia todas as possibilidades de reação, incluindo um possível recurso à OMC e a aplicação de medidas de reciprocidade econômica, recentemente aprovadas pelo Congresso Nacional.

“Em defesa dos trabalhadores e das empresas brasileiras, à luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo do Brasil buscará, em consulta com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos”, diz a nota.

PL pode ser utilizado como resposta

Uma das opções em estudo pelo governo brasileiro é a utilização do Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, aprovado pelo Congresso nessa semana. O texto prevê que o Brasil pode impor restrições comerciais a países que adotem medidas prejudiciais ao comércio nacional.

O projeto, que agora aguarda sanção presidencial, permite ao governo aplicar tarifas sobre importações, suspender concessões e até revogar direitos de propriedade intelectual de países que dificultem o comércio com o Brasil.

Entre as possíveis retaliações, estão:

  • Aplicação de taxas extras sobre bens e serviços dos países que impuserem barreiras comerciais ao Brasil;
  • Suspensão de concessão de patentes ou remessa de royalties;
  • Revisão de obrigações do Brasil em acordos comerciais internacionais.

A proposta teve apoio tanto de setores governistas quanto da bancada ruralista, que vê no texto uma forma de proteger o agronegócio brasileiro.

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Donald Trump mostra cartaz com tarifas aplicadas a países

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Donald Trump anunciou tarifas que serão impostas pelos EUA a outros países

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

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Presidente dos EUA, Donald Trump

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Possível recurso à OMC

Outra estratégia analisada pelo governo é uma contestação formal à OMC. A entidade é responsável por regular o comércio global e resolver disputas entre seus 166 países-membros, incluindo Brasil e Estados Unidos.

Caso opte por esse caminho, o Brasil poderá apresentar uma queixa formal, argumentando que a decisão de Trump viola acordos comerciais internacionais.

Esse processo, no entanto, pode levar anos para ser concluído, o que faz com que o governo também busque soluções mais imediatas por meio da diplomacia e da aplicação de medidas internas.

Fonte: Metrópoles
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