Donald Trump deu um passo significativo no seu desejo de se tornar o homem que vai levar a paz para a guerra na Ucrânia, e manteve contatos com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky sobre o conflito que pode completar três anos no próximo dia 20 deste mês.
Donald Trump deu um passo significativo no seu desejo de se tornar o homem que vai levar a paz para a guerra na Ucrânia, e manteve contatos com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky sobre o conflito que pode completar três anos no próximo dia 20 deste mês.
Após a conversa com Putin, que durou cerca de uma hora e meia, Trump afirmou que os dois concordaram em trabalhar juntos, “muito próximos”, para encontrar uma solução para o conflito, e anunciou o início das negociações de paz. O presidente norte-americano ainda foi convidado a visitar a Rússia para discussões presenciais.
Logo em seguida, o presidente dos EUA procurou Volodymyr Zelensky para discutir o assunto, e disse que o líder ucraniano também quer a paz “assim como o presidente Putin”.
5 imagensTrump, Macron e Zelensky se reuniram em dezembro de 2024 na França
Divulgação/Presidência da FrançaO presidente dos EUA, Donald Trump
Chip Somodevilla/Getty ImagesPresidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
Viktor Kovalchuk/Global Images Ukraine via Getty ImagesPutin se declara aberto a negociações "a qualquer momento" com Trump
ReproduçãoDe acordo com Trump, um dos principais temas durante a conversa com o presidente da Ucrânia foi o encontro entre autoridades de Kiev e Washington, previsto para acontecer na sexta-feira (14/2) na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha. Zelensky já confirmou presença no evento, que deve reunir lideranças internacionais, diplomatas e militares.
Apesar do tom otimista dos três líderes mundiais, as negociações de paz têm tudo para esbarrar, inevitavelmente, na realidade da guerra na Ucrânia.
Desde a vitória de Trump, e a ameaça de que o apoio bilionário de Washington à Kiev pode diminuir sob a gestão do republicano, Zelensky já realizou alguns recuos e se mostrou disposto a concordar com termos antes vistos como inegociáveis.
Um dia antes de conversar com o líder norte-americano, Zelensky sugeriu a troca de territórios entre Ucrânia e Rússia para chegar a um acordo de paz. Antes, qualquer perca territorial era tema fora de cogitação para o presidente ucraniano.
A declaração de Zelensky surge cerca de seis meses após a invasão em Kursk, quando tropas ucranianas marcharam sobre a cidade russa e conquistaram partes do território, agora citado como possível moeda de troca pelo presidente da Ucrânia.
Depois da sugestão, o governo da Rússia se apressou para rejeitar a possível troca, que na prática não seria bom para os russos, já que as áreas ocupadas na Ucrânia são consideravelmente maiores do que a ocupação ucraniana em Kursk.
Além disso, Zelensky já falou que a paz só pode ser negociada caso seu país receba garantias de segurança vindas de nações aliadas, como uma possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A entrada ucraniana na aliança militar em um futuro próximo, no entanto, já foi descartada pelo chefe do bloco, Mark Rutte.
Analistas ouvidos pelo Metrópoles apontam que tais fatores, aliados a problemas enfrentados internamente pela Ucrânia, podem levar Zelensky a aceitar um acordo que não vá de encontro com seus desejos.
“Se a Ucrânia não negociar a paz agora e continuar a guerra, ela pode ser esgotada pelos russos”, explica Sandro Teixeira, professor da Escola do Comando e Estado-Maior do Exército do Brasil. “Esgotada no sentido de não conseguir colocar mais tropas e unidades em capacidade de lutar contra os russos, a não ser aqueles que já estão sofrendo muito o esgotamento do combate. Este é o momento para os ucranianos negociarem com alguma possibilidade de garantia dos Estados Unidos e da União Europeia”.
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