O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que as recentes revelações de inquérito da Polícia Federal sobre a tentativa de um golpe de Estado no Brasil já não podem ser desmentidas e mostram a real intenção do grupo investigado — que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que as recentes revelações de inquérito da Polícia Federal sobre a tentativa de um golpe de Estado no Brasil já não podem ser desmentidas e mostram a real intenção do grupo investigado — que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Relatório final de inquérito da PF divulgado na terça-feira aponta o envolvimento de Bolsonaro e de uma série de autoridades e militares em uma tentativa de golpe para impedir que o petista assumisse a Presidência. O plano descrito pela polícia envolvia o assassinato de Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que comanda uma série de ações judiciais envolvendo aliados e o próprio ex-presidente.
“Vocês sabem o que está acontecendo na política mundial e na política brasileira”, disse Lula em cerimônia do lançamento do Programa Periferia Viva, descrevendo um ambiente repleto de “mentiras” e “ódio”.
“Agora está ficando verdadeiro. Ninguém pode desmentir porque na verdade eles tentaram dar um golpe para não deixar que a gente assumisse a Presidência da República”, afirmou Lula no evento. “É isso que eles tentaram fazer.”
Investigações da PF
O relatório da Polícia Federal (PF) que pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e de mais 36 pessoas próximas a ele concluiu que o ex-presidente “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito”.
O relatório foi tornado público na terça, 26, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e enviado à procuradoria-geral da República. Caberá ao PGR, Paulo Gonet, decidir se, a partir da investigação da PF, oferecerá uma denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado.
O documento ainda revelou que o plano para assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi interrompido devido à resistência do Alto Comando do Exército em apoiar uma tentativa de golpe de Estado. A ação, prevista para o dia 15 de dezembro de 2022, fazia parte de um esquema mais amplo para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com o relatório, a articulação golpista dependia da adesão de setores estratégicos das Forças Armadas, mas a negativa de apoio levou ao cancelamento do plano.
"Apesar de todas as pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do alto comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado. Tal fato não gerou confiança suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final e, por isso, o então presidente da República Jair Bolsonaro, apesar de estar com o decreto pronto, não o assinou. Com isso, a ação clandestina para prender/executar o ministro Alexandre de Moraes foi abortada", aponta o relatório.
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