Horas após a confirmação da vitória sobre Kamala Harris, o presidene eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, começou a receber as primeiras ligações protocolares de líderes internacionais, com felicitações por seu retorno à Casa Branca.
Horas após a confirmação da vitória sobre Kamala Harris, o presidene eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, começou a receber as primeiras ligações protocolares de líderes internacionais, com felicitações por seu retorno à Casa Branca.
Mais que cerimônias tradicionais entre chefes de Estado, os contatos com o novo presidente norte-americano trouxeram nas entrelinhas recados, pedidos e preocupações com uma possível mudança na política externa dos EUA após Trump voltar ao poder.
Apesar de só assumir a presidência em janeiro de 2025, o polêmico republicano já deu sinais de que o posicionamento do país pode sofrer alterações, o que afetaria diretamente algumas guerras e tensões recentes.
A manutenção do apoio histórico dos EUA a Israel foi garantida por Trump antes mesmo de ser eleito. Mesmo assim, Benjamin Netanyahu foi uma das primeiras autoridades internacionais a telefonar para o novo presidente norte-americano.
Descrita pelo gabinete do premiê de Israel como uma conversa “calorosa e cordial”, a ligação teve a segurança da nação judaica e as ameaças vindas do Irã como temas principais.
Durante a campanha, Trump prometeu uma aliança ainda mais sólida com Israel, e deu indícios de que a administração Netanyahu pode passar por cima de problemas que vinha enfrentando com o governo de Joe Biden nos últimos meses.
Mesmo que o atual presidente tenha expressado total apoio ao avanço israelense contra o Hamas, na Faixa de Gaza, o aumento da violência no enclave e a questão humanitária passou a ser vista com olhos críticas pelo governo dos EUA.
No último mês, Washington ameaçou até mesmo um embargo de armas caso Israel não cumprisse exigências norte-americanas sobre o conflito, como facilitar a entrada de ajuda humanitária em Gaza e pausas humanitárias na guerra.
Vivendo um espiral de tensão com o regime do vizinho Kim Jong-un, o presidente da Coreia do Sul foi outro aliado dos EUA que se apressou em buscar o novo presidente do país.
A mídia estatal sul-coreana informou que a conversa entre Trump e o presidente Yoon Suk Yeol durou cerca de 12 minutos, e abordou assuntos como economia, questões globais e segurança.
A situação envolvendo a Coreia do Norte foi tema de destaque durante o contato, com Suk Yeol expressando “esperança de desenvolvimento” na aliança envolvendo os dois países, que visa principalmente frear a retórica militar do regime Kim Jong-un na península coreana.
No primeiro contato com Trump, que ainda envolveu o bilionário Elon Musk, Volodymyr Zelensky disse esperar um “apoio bipartidário forte e contínuo” dos EUA para a Ucrânia, além e de fortalecer a parceria estratégica.
Durante a ligação, realizada antes mesmo de a vitória do republicano completar 24h, o presidente ucraniano ainda se mostrou “esperançoso” de que Trump apoie seu “plano da vitória”, anunciado no último mês.
Ainda é incerto dizer como a presidência de Trump pode afetar o apoio dos EUA à Ucrânia. Contudo, o magnata demonstrou desconforto quanto ao valor astronômico em assistência enviado de Washington a Kiev.
Ele ainda chegou a ironizar Zelensky, e classificou o líder ucraniano como o "o melhor vendedor entre todos os políticos de toda a história" por sempre garantir milhões de dólares a cada encontro com Biden.
O tom da conversa entre Trump e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, não foi divulgado.
Contudo, em uma publicação no X, o chefe da Otan disse esperar encontrar com o novo presidente norte-americano em breve, e trabalhar “enfrentar os muitos desafios de segurança” vividos pelos países membros da aliança.
O contato entre as duas autoridades surge em meio a recentes alfinetadas de Trump contra a Otan, que conta atualmente com 32 países membros. Em janeiro, o republicano sinalizou que pode mudar o papel estratégico dos EUA na aliança, e disse que encorajaria a Rússia a atacar países devedores da aliança.
Uma das promessas de campanha de Trump é pressionar a China, vista pelos EUA como o maior rival geopolítico da atualidade. Por isso, a ligação de Xi Jinping para o novo líder norte-americano também serviu como uma forma de pacificar, na medida do possível, situação entre os dois países.
De acordo com a mídia estatal da China, Xi ainda pediu que as duas nações encontrem “a maneira certa de conviver” sob a administração Trump, e observou que os dois países perdem quando entram em conflito.
Já Vladimir Putin, que vive em pé de guerra com os EUA desde o início do conflito com a Ucrânia, parabenizou a vitória de Trump e disse estar pronto para dialogar com o político republicano, classificado pelo líder russo como um homem de “coragem” por conta da tentativa de assassinado sofrida em julho.
A declaração aconteceu durante um evento em Moscou, onde o líder russo ainda revelou a possibilidade de manter uma conversa telefônica com Trump antes mesmo da posse presidencial em janeiro.
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