As eleições presidenciais dos Estados Unidos estão na reta final e a disputa promete ser acirrada na terça-feira (5/11).
As eleições presidenciais dos Estados Unidos estão na reta final e a disputa promete ser acirrada na terça-feira (5/11). Nos últimos quatro dias de campanha, Kamala Harris e Donald Trump optaram por focar suas agendas nos estados onde os resultados ainda estão indefinidos. Entre os sete “swing-states” (veja mapa abaixo), a Pensilvânia é o mais cobiçado porque representa o maior número de delegados: 19.
As duas campanhas adoratam estratégias diferentes, mas ambas envolvem a o estado da costa leste. “Kamala Harris quer ganhar os delegados da Pensilvânia para largar com uma margem considerável na corrida. Do outro lado, Trump está focado em vencer na Pensilvânia e na Georgia. Caso ele leve os dois locais, a vice-presidente vai precisar levar todos os outros estados-chave para conseguir o número de delegados o suficiente para ultrapassar o ex-presidente”, explica Emanuel Assis, pesquisador em Relações Internacionais pelo Programa San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP) .
Desde 2008, o estado da Pensilvânia desempenha um papel determinante na eleição: o candidato que leva o estado, vence a corrida eleitoral.
Veja quem ganhou na Pensilvânia ao longo dos anos
Os analistas políticos nos EUA acreditam que para Kamala e Trump vencerem na Pensilvânia, eles precisam conquistar os eleitores latinos do estado. Segundo os dados mais recentes do UCLA Latino Policy & Politics Institute, há quase 580.000 eleitores latinos qualificados na Pensilvânia, número que cresceu mais que o dobro desde 2000.
Aproximadamente metade da população latina vive na parte central do estado, chamada de “Corredor 222”, um trecho de pequenas cidades como Reading, Allentown, Lancaster e Bethlehem. Por isso, os dois candidatos fizeram ao longo da campanha comícios nesses locais repetidas vezes.
Uma pesquisa recente da Hispanic Federation e da Latino Victory Foundation revelou que 66% dos entrevistados latinos disseram que votariam este ano na Pensilvânia.
No estado, segundo a última pesquisa Marist, Kamala e Trump estão empatados com 49% das intenções de voto. Na pesquisa do Washington Post-Schar, Kamala aparece com 49% e Trump com 47% e no levantamento feito pelo New York Times/Siena College, Kamala aparece com 49% das intenções de voto e Trump com 48%.
A contagem de votos é relativamente lenta na Pensilvânia por alguns fatores. Segundo a lei do estado, os oficiais eleitorais devem esperar até as 7h (horário de Nova York) no dia da eleição para começar a processar os votos enviados pelo correio e prepará-los para serem contados. A divulgação dos resultados da votação antecipada não pode começar até que as urnas tenham fechado.
Nas eleições de meio de mandato de 2022, os votos pelo correio do representaram quase um quarto do total computado no estado. Além do volume alto dessa modalidade de votação, cada um dos 67 condados do estado levam um tempo diferente para contabilizar. Por isso, determinar um vencedor em uma corrida altamente competitiva pode levar vários dias, como aconteceu no pleito presidencial de 2020.
Os primeiros resultados divulgados após o fechamento das urnas virão de cédulas de correio. A contagem mais tarde na noite deve ser uma mistura de votos por correio e emitidos pessoalmente nos locais de votação.
De acordo com Emanuel Assis, desde a eleição de 2020, os republicanos encaram com um certo ceticismo o voto antecipado por correio. “Eles têm atacado bastante o sistema eleitoral dos Estados Unidos, acusando de ser fraudulento. Quando o Trump perdeu para Biden, eles pediram recontagem, falando que os votos por correio foram manipulados”.
Por isso, os eleitores do Partido Democrata costumam adotar o sistema antecipado por correio e os Republicanos não. “O início da apuração deve mostrar uma vantagem para os democratas, mas o resultado real da Pensilvânia só deve aparecer mais para o final da contabilização”, acredita o especialista.