Conhecido como um dos políticos mais controversos da América Latina, Alberto Fujimori morreu nesta quarta-feira (11/9), aos 86 anos, em Lima, capital do Peru.
Fujimori ocupou a presidência peruana durante uma década, entre 1990 e 2000, em uma administração marcada por denúncias de corrupção, desrespeito aos direitos humanos e abuso de poder.
Após ser eleito presidente do Peru em 1990, Fujimori aplicou um autogolpe dois anos depois. Com o apoio das Forças Armadas, o ex-político dissolveu o Congresso e fechou outras instituições democráticas no país. Após o episódio, seu governo passou a ser descrito como autoritário.
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Ex-presidente do Peru Alberto Fujimori
Kurita KAKU/Gamma-Rapho via Getty ImagesEm 2000, denúncias de corrupção e abuso aos direitos humanos emergiram contra Fujimori, que deixou o país no mesmo ano rumo ao Japão. Por lá, o ex-presidente peruano permaneceu até 2005, quando foi detido no Chile durante uma visita.
Dois anos depois, ele foi extraditado para o Peru, onde foi julgado e condenado por crimes contra a humanidade praticados durante seu mandato. Entre eles, o assassinato de 25 pessoas entre 1991 e 1992, cometidos por esquadrões da morte.
Fujimori cumpria pena desde 2009. Ele chegou a ser libertado em 2017, graças a um induto do então presidente Pedro Pablo Kuczynski. A medida foi revogada no ano seguinte, obrigando o ex-presidente a voltar para a prisão em 2019.
Ele permaneceu preso até 2023, quando foi solto após um tribunal peruano contrariar a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) e reestabelecer o indulto que livrou Fujimori da cadeia.
O ex-presidente linha dura lutava contra um câncer na língua desde maio deste ano, e recebia tratamentos médicos na casa de uma de suas filhas, Keiko Fujimori, na capital peruana. Fujimori foi visto publicamente pela última vez em 4 de setembro, saindo de um hospital privado no Peru.
Metrópoles