Ação foi movida por esposa do atacante do Santos e pode ser caminho para resolução dos casos envolvendo Mayke e Gustavo Scarpa
A juíza Paula da Rocha e Silva, da 36ª Vara Cível de São Paulo, expediu uma decisão liminar em que determina a expedição de ofício com ordem de bloqueio de ativos financeiros pertencentes a empresa Xland, que eventualmente estejam alocados na empresa norte-americana FTX.
O decisão foi expedida com base numa ação movida por Loisy Marla Coelho Pires de Siqueira, esposa do atacante Willian Bigode, do Santos, em processo que a mesma move contra a operadora de criptomoedas Xland.
O ge teve acesso à determinação expedida no Diário Oficial de Justiça de São Paulo, na última sexta-feira. Gabriel Monteiro, sócio da Xland, alega que é vítima da FTX, a segundo maior corretora de criptomoedas do mundo. O grupo faliu em novembro de 2022, causando prejuízos a investidores do mundo todo.
Pela decisão, a Justiça quer que a FTX se manifeste se existem recursos que foram investidos pela Xland na empresa. Se existir, será ordenado o bloqueio para ressarcimento do valor investido por Loisy Siqueira em um dos contratos feitos pela Xland.
– A decisão é primorosa, e revela o prestígio do Judiciário ao princípio da cooperação, na busca da verdade real. Desde outrora já afirmávamos que este é um caminho a ser explorado do qual poderá render frutos que ultrapassarão os limites deste processo e repercutir de forma potencial diante de todos aqueles que ostentam prejuízos causados por contratos inadimplidos pela Xland, sobretudo, após a própria Xland ter afirmado de forma pública em processo judicial, que alocou todos os investimentos perante a FTX, que inclusive, se encontra em processo judicial avançado nos EUA para restituição dos seus respectivos credores – afirmou Bruno Santana, advogado de Willian Bigode e Loisy Siqueira.
Na visão da defesa de Loisy e Willian, o risco era a Xland receber a restituição dos valores que eventualmente tenha investido na FTX, diante da inadimplência denunciada em inúmeros contratos firmados por Willian, sua esposa, como também por terceiros com a Xland.
Caso a estratégia dê certo e a esposa do atacante do Santos conseguir reaver os valores investidos, a manobra poderia ser um caminho para que outras pessoas que investiram junto à Xland possam ter o dinheiro reavido, incluindo os jogadores Mayke e Gustavo Scarpa.
Willian Bigode é processado na Justiça por Mayke e Gustavo Scarpa, seus ex-companheiros de time na época do Palmeiras, por um suposto golpe de R$ 10,4 milhões. A dupla de jogadores relatou às autoridades que fez o investimento milionário na Xland Holding Ltda por indicação da WLJC Gestão Financeira - empresa que pertence a Willian Bigode.
A Xland Holding Ltda teria prometido retorno de 3,5% a 5% ao mês, valores muito acima dos praticados pelo mercado. Em uma apresentação a Gustavo Scarpa, os donos da Xland teriam afirmado que possuíam patrimônio superior a R$ 2 bilhões em pedras de alexandrita, um mineral de grande valor, além de possuir chácaras e terrenos como garantia.
Ao tentarem resgatar o dinheiro investido, Scarpa e Mayke receberam uma negativa da Xland. Bigode então foi acionado para interceder em nome da dupla, porém, disse que também teria sido vítima de um golpe, perdendo R$ 17,5 milhões.
Mayke fez um investimento de cerca de R$ 4 milhões. Em agosto, a defesa do atacante do Santos ntrou com um pedido na Justiça para que seja considerado improcedente o processo movido pelo lateral-direito Mayke, do Palmeiras, referente ao caso envolvendo a operadora de criptomoedas Xland.