Em um panorama alarmante, o Ligue 180, ferramenta fundamental no combate à violência contra a mulher no Brasil, registrou até julho de 2024 um total de 84,3 mil denúncias em todo o país. Esse número representa um aumento significativo de 33,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
No estado do Acre, as estatísticas são ainda mais preocupantes. Foram contabilizadas 213 denúncias em 2024, o que representa um crescimento de 35,67% em relação aos 157 casos registrados entre janeiro e julho de 2023. Desses relatos, 116 foram feitos pelas próprias vítimas, enquanto 96 foram denunciados por terceiros. O lar das vítimas continua sendo o local mais comum onde a violência ocorre, com 88 denúncias registradas nesse contexto.
As faixas etárias mais afetadas são as mulheres entre 20 e 24 anos e aquelas entre 55 e 59 anos, com cada grupo contabilizando 31 denúncias. Além disso, as mulheres negras representam a maior parte das vítimas, com 147 denúncias envolvendo mulheres pretas ou pardas. Os agressores são predominantemente os companheiros ou ex-companheiros, responsáveis por 84 das ocorrências.
Em resposta a esse cenário alarmante, o Ministério das Mulheres lançou na quinzena de agosto a campanha "Feminicídio Zero — Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada". A iniciativa visa conscientizar sobre as situações de violência enfrentadas pelas mulheres e promover ações eficazes para combatê-las, evitando que esses atos extremos se concretizem em feminicídios.
Essa campanha é especialmente significativa, pois coincide com o aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha e ocorre no mês conhecido como "Agosto Lilás", dedicado à conscientização sobre o fim da violência contra a mulher.
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